MANUSCRITO. MARILIA DE DIRCEU.
Lote 83
Descrição
In-8º de 115 págs. Enc.
Importante e curioso manuscrito ilustrado com 6 gravuras da época, algumas coloridas, coladas sobre páginas em branco. O manuscrito apresenta duas partes, a primeira com o mesmo número de Lyras [33] que contém edição a portuguesa de Rodrigues Lapa e a segunda com 41 Lyras, tendo a de Rodrigues Lapa apenas 38, apresentando uma terceira parte, sendo que as Lyras 3, 7 e 8 dessa terceira parte integram a segunda parte deste manuscrito que inclui outras não existentes nesta edição lisboeta da Livraria Sá da Costa (Lisboa), de 1937. Por outro lado, na primeira parte existe grande diferença na ordem dos poemas, o que significa dizer que NÃO É O MESMO CORPO APRESENTADO NA PRIMEIRA EDIÇÃO, dado que Lapa confessa ter seguido a primeira edição para a sua primeira parte. No entanto, não fazem sentido tão significativas diferenças na primeira parte, a não ser que o manuscrito seja anterior à data da edição original e tenha sido alterado, modificado, para a primeira publicação. É também muito diferente da edição de L. Norberto de Souza S., do Rio de Janeiro, 1862, e de todas as edições atrás mencionadas. TOMÁS ANTÓNIO GONZAGA nasceu no Porto em 1744, e morreu na Ilha de Moçambique em 1810. Filho e neto de magistrados do Brasil, onde estudou no Colégio dos Jesuítas da Baía, voltou a Portugal, no começo da década de 60, para estudar direito em Coimbra, tendo acabado o curso em 1768. Esta data, segundo disse Alexandre Pinheiro Torres, é muito importante porque 1768 foi o ano em que, em Coimbra, na Tipografia de Luís Seco Ferreira, foram impressas as OBRAS POÉTICAS de Claúdio Manuel da Costa, cujo “Prólogo ao Leitor” é uma declaração quase polémica de novos princípios poéticos. Em 1782, regressa ao Brasil, indo para Vila Rica, como ouvidor e procurador de defuntos e ausentes. Aí encontra Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Saturnio) e Alvarenga Peixoto, com eles formando um grupo fechado e unido nas ideias poéticas e nas aspirações políticas e sociais. É, também aí, que encontra aquela que será a sua musa inspiradora, Maria Joaquina Doroteia de Seixas, por quem se apaixona perdidamente, e que será o modelo vivo da sua “Marília de Dirceu” que é o livro de poesia mais editado em língua portuguesa e, para esse êxito único, vê José Régio sérios fundamentos. A mais famosa obra lírica do século XVIII, escrita em parte na prisão, teve a sua primeira edição, impressa, no ano de 1792. Esta edição contém duas partes, tal como outras quatro: a da Imprensa Régia, de 1812; a da Bahía, de 1815; as duas lacerdinas de 1811 e 1819. Em 1800 apareceu uma terceira parte e, assim, se reimprimiram as edições nunesianas de 1802, 1823, 1824 e 1825; as rollandianas de 1820, 1827 e 1840, a régia de 1827, a bahiana de 1835 e a fluminense de 1845. Segundo J. Norberto de Souza S., a primeira edição reputada como original, é a de Bulhões, e foi publicada em cadernos, contendo unicamente as duas primeiras partes, tendo apenas as iniciais do nome do autor, e assim, com essas duas partes se fizeram ainda quatro edições; a da Imprensa Régia de 1812 e a de Serra, na Bahia, de 1813, bem como as duas lacerdinas de 1811 e 1819, dirigidas por críticos de grande rigor. O manuscrito terá pertencido a um cidadão brasileiro, que o vendeu à Livraria Antiquária Artes & Letras, na época no Largo Latino Coelho, vulgo Largo da Misericórdia onde agora possuidor o comprou mais tarde. O manuscrito coevo, é no seu conjunto uma verdadeira joia e uma irresistível peça bibliográfica: lindíssima caligrafia e miolo limpíssimo, inexcedível conservação. Encadernação em marroquin vermelho, decorada com ferros gravados a ouro na lombada e pastas, bastante semelhante à encadernação que reveste um importante manuscrito de Tomás António Gonzaga e oferecido por este a Sebastião José de Carvalho e Melo, intitulado Direito natural acomodado ao Estado Civil Catholico, e que se encontra entre os Reservados da Biblioteca Nacional [cota PBA 39].
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