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MANUSCRITO. RELAZIONE DELLA CONDANNA ED ESECUZIONE DEL GESUITA GABRIELE MALAGRIDA. Dall´Abate e Platei scritta ad um Vescovo di Francia.

Lote 167

Descrição

Lisboa. 24 de setembro de 1761. In-8º de [24], 70 fls. Enc.

Precioso manuscrito que relata os acontecimentos que levaram o Jesuíta Gabriele Malagrida, padre italiano, à prisão e a um ridículo julgamento enquanto herege e à sua inevitável condenação à morte pelo garrote e a ser depois queima publicamente na fogueira. Malagrida era amigo e confessor dos Távoras, o que lhe valeu o ódio do Marquês de Pombal, agravado pelo facto de ele pertencer à Companhia de Jesus. Por outro lado, e enquanto confessor, estaria decerto bem informado da relação amorosa existente entre o Rei D. José I e a jovem Marquesa de Távora casada com um dos filhos do Duque de Aveiro (José Maria de Távora) e da esposa, a Marquesa de Távora, também ela executada (decapitada), juntamente com toda a família (a cujos membros foram quebrados braços e pernas antes da execução definitiva, queimados vivos em patíbulo público na Praça de Belém, em Lisboa. As más relações com Malagrida acentuaram-se com as pregações que fez na ocorrência do terremoto de 1755, afirmando que este violento abalo não fora mais que um castigo de Deus aos Governantes portugueses. Depois, a estreita relação com os Távoras e, sobretudo com o Duque de Aveiro haveriam de acirrar os ânimos e acabar por condená-lo à morte. Gabriele Malagrida nasceu em Mercajo em 1689. Em 1721, partiu de Génova para o Maranhão, mais tarde para a Baía, missionando sempre e correndo perigos. Depois esteve alguns anos em Pernambuco até regressar ao Maranhão e, em 1735, começou a missionar entre os colonos, seguindo do Maranhão para a Baía e, daí, para Pernambuco, voltando, definitivamente. ao Maranhão. Durante 14 anos, até 1749, conservou-se nessas missões ganhando neste tempo a fama de taumaturgo e a denominação de apóstolo do Brasil. Este precioso documento ajuda a fazer luz sobre um dos Processos persecutórios mais indignos movidos pelos nossos governantes absolutistas. Toda a descrição é realizada pelo Abade Platei em 41 páginas é relatada a um dos Bispos de França. As outras 140 páginas contêm a “Copia autêntica del Processo fattodal S. Officio di Lisbonna contro il Padre Malagrida della Compgnia de Gesu”. As três úlimas linhas manuscritas pelo Abade Platei foram rigorosamente, riscadas a tinta ferrogálica, de modo a não se perceber, minimamente, o que tinha sido escrito anteriormente, prática recorrente da censura da Inquisição. Este manuscrito com óptima leitura, muito limpo, de boa e perceptível caligrafia, e em muito bom estado de conservação, é um documento de grande importância histórica e testemunhal nos confrontos que envolveram não só o Primeiro Ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, com os Távora, com os Atouguia, com a Casa de Aveiro e com os Jesuítas, mas também do Rei com o poder efectivo da Companhia de Jesus. A carta enviada pelo Abade Platei foi escrita apenas três dias depois da execução do Padre Gabriele Malagrida. Encadernação da época inteira de pergaminho.

MANUSCRITO PRECIOSO. Peça de Coleção

Lote 167 de 280

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